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27 de abril de 2013

Dasbandas da Parahyba - Balaio (1997)


Enquanto o som do manguebeat ecoava do Recife para o mundo, aqui na Paraíba a galera do Dasbandas da Parahyba lançava uma espécie de Manguebeat da Parahyba, misturando o carater regional de nossa região com um toque de musica mundial, alguns chamaram de Forrocore. Seu repertório incluia musicas de João Gonçalves, Biliu de Campina e outros expoentes da música paraibana, além de composições próprias. O público recebeu muito bem a banda que dentre outras participações abriu o Show do Chico Science e Nação Zumbi em Campina Grande no ano de 1996 no Clube Campinense, no mesmo dia tocaram outros representantes do manguebeat, a banda Eddie e o Cascabulho. Até então eu só havia conseguido um audio extraído de uma fita K7 me passada por meu amigo Joselito, mas finalmente encontrei o cd "Balaio" completo, e segue ai para vocês apreciarem.


Faixas:
01 - A feira
02- Pescaria em Boqueirão
03 - Anjo Lampião
04 - Gestos
05 - Carcará
06 - A carne do coco não tem pecado
07 - Temas do Sertão
08- Suponha-se agonia
09 - Da banana ao Pentium
10 - Coco do Cão
11 - A Coisa
12 -  Sertão de trepia
13 - O Coração

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Biografia:

Em Recife, o mangue beat, unia sons de maracatu rural, metais de frevo e sons elétricos. Na Paraíba, o movimento não teve nome, mas tinha uma banda à altura para representar essa união do antigo com o novo.

Em 1994, surgiu em Campina Grande, o grupo Dasbandas da Parahyba, um grupo formado por seis integrantes, Fábio Rolim (Guitarras), Cassiano Sá (Guitarras), Kennedy Costa (baixo e voz), Lucas Salles “Sincenow” (violão e voz), Maerson Charles (bateria), Pablo Ramirez (percussão e voz) e Ricardo Moura (voz). Liderados por Lucas Salles “Sincenow” e influenciados pelo som de Jackson do Pandeiro, Rosil Cavalcanti, Zé da Luz, Luiz Gonzaga, Biliu de Campina, entre outros grandes nomes da música paraibana e nordestina, eles misturavam ritmos como rock, baião, forró, embolada, coco e xote.

Em 1996, o Dasbandas participou, com ótimos resultados, de dois grandes festivais de música no Recife, o Skol Rock e o Abril pro Rock, este último, onde arrancaram aplausos do público e da crítica, sendo escolhidos melhor grupo revelação do evento. O grupo lançou em maio de 1997, o seu primeiro e único álbum, “Balaio”, e no ano seguinte a banda teve seu fim. Fonte: http://dasbandasdaparahyba.blogspot.com.br/

Assista aqui ao video clipe da Música Balaio - http://www.youtube.com/watch?v=2cXNyVMKKDA



da esq p/dir: Kennedy,Clóvis,Ricardo,Cassiano.Embaixo: Maerson e Pablo.




Panfleto do Show com Chico Science e Nação Zumbi

Brasis - Pressinto Calor (2013)



Release:  A BRASIS tem envolvido e encantado as pessoas desde julho de 2009, nascida em João Pessoa – Paraíba, a banda une e mistura ritmos da música popular, além de se inspirar na cultura paraibana propriamente dita, do coco e da ciranda, expressando a brasilidade no contexto geral de suas composições. As letras, de autoria própria, mostram sentimentos contidos em toda uma geração de jovens, que buscam não só o conhecimento e a inserção no mercado de trabalho, mas a vivência humana em defesa da diversidade e do contínuo resgate do “viver coletivamente”. O grupo se formou a partir da idéia de unir artistas que já desenvolviam atividades no campo cultural, e sentiam a necessidade de fazer um trabalho autoral, que contemplasse as referências de cada um, e também proporcionasse a realização de um projeto original em coletivo. À medida que o tempo foi passando, as apresentações musicais incorporaram elementos cênicos, como performances e cenário, originando um show que dá vida ao que é tocado e cantado em palco. Com um repertório que expressa o sentimento de celebração da arte e da vida, buscando inovações na criação de suas obras, a Brasis traz elementos da cultura popular somados à harmonia da música popular brasileira, na busca de gerar uma identidade que reflete o sentido de “ser paraibano e brasileiro”. A irreverência da BRASIS é a herança de uma arte latente que constrói e acredita, sem medo de ser feliz, sem medo da crítica, sem esquecer de questionar de maneira poética, consciente e simples. Com o objetivo de enraizar na memória das pessoas e dos lugares através de sua miscelânea de ritmos, e mais do que resgatar a tradição brasileira, a banda busca transcender a essa tradição, no sentindo de reconstruir e traduzir a cultura de uma maneira própria e singular. Desta maneira, descrevemos o estilo da BRASIS como AfroRockmPBbeat - Carnavália !!! 




Integrantes:
RAFA ARAÚJO: Vocal
RODRIGO SILVA: Violão
RODOLFO LIMA: Guitarra
ADRIANO ISMAEL: Contrabaixo
ELIZA GARCIA: Bateria
TITA LAMARA: Percussão
PAULO CIPRIANO: Trompete
+Trombone +Sax

MARINA PESSÔA: Produção, Direção Artística e Malabares



Clã Brasil - Clã Brasil canta Dominguinhos (2009)




Gostou? Você pode comprar este disco no site do grupo: http://www.clabrasil.com.br/index.php


24 de abril de 2013

Distress - The Inception of Distress (2000)





Biografia:
No início de 1995 na cidade de Areia,na Paraíba,nascia o Distress,banda influênciada por bandas de renome no death metal mundial e com inflûencia da cena inglesa principalmente,como Bolt Thrower,Benediction e Napalm death,apresentando temáticas inteligentes com temas sócio políticos,morte e paranóias da mente humana,o Distress nasceu quando o death metal ainda tava no seu auge,quando muitas bandas lançaram vários clássicos do estilo nessa década. 

Em sua formação original contou com: 


Beto Soares- no vocal
João "Terrorizer" na guitarra
Alex Cardoso no baixo
Carlo Galzerano na bateria

No ano de 2000, O Distress grava seu primeiro cd demo intitulado " The Inception of Distress".Em 2003,Beto deixa o posto de vocalista e no lugar entra Breno Pablo ficando ate 2005,tendo sua participação registrada em um show no C.U.C.A em Campina Grande.

Após um logo intervalo sem atividade a banda retorna em Setembro de 2010 com Beto de volta aos vocais e Jerônimo "Hellbanger" que entrou como segundo guitarrista para dar mais densidade ao som da banda.O Distress voltou fazendo um som mais amadurecido sem perder a essência pela pegada death clássica e sem cair nas tedências novas de modernidade,metal alternativo,new metal e afins,matendo-se fiel ao verdadeiro som.

O atual line up conta com:

Beto Soares- de volta aos vocais
João "Terrorizer"-guitarra
Jerônimo "Hellbanger"-guitarra
Carlo Galzerano-bateria

Death metal de primeira,quem escuta lembra do Benediction ,Napalm Death. Fonte: http://andrefariasdemelo.blogspot.com.br. matéria publicada em 30 de Julho de 2011.

20 de abril de 2013

Cátia de França - Cátia de França canta Pedro Osmar (2005)





Cátia de França - Avatar (1996)

Faixas:

01 Avatar (Cátia de França)
02 Rogaciano 
(Manoel de Barros, Cátia de França)
03 Dança das lanças 
(Cátia de França)
04 Lá vem Batista 
(Cátia de França)
05 Não marque as horas 
(Marconi Notaro, Cátia de França)
06 Panorama 
(Cátia de França)
07 Antoninha me leva 
(Manoel de Barros, Cátia de França)
08 Joana Pé de Chita 
(Cátia de França)
09 Kukukaya 
(Cátia de França)
10 Coito das Araras 
(Cátia de França)
11 Apuleio 
(Manoel de Barros, Cátia de França)
12 Coisas do campo 
(Cátia de França)
13 Ponta do Seixas 
(Cátia de França)


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Cátia de França - Feliz Demais (1986)


Faixas:

01 Outro rosto (Cátia de França)
02 Serenas águas (Cátia de França)
03 Feliz demais (Cátia de França)
04 Minha vida é uma rede (Cátia de França)
05 Vamos dar as mãos (Cátia de França)
06 Geração (Cátia de França)
07 Do outro lado da baía (Cátia de França)
08 Meu pensamento (Cátia de França)
09 Considerando (Cátia de França)
10 Iorubá (Tonho Baixinho, Cátia de França) 


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Cátia de França - Estilhaços (1980)


Faixas:

01 Panorama (Cátia de França)
02 Menina passarinho (Cátia de França)
03 Porque é da natureza (Abel Silva, Cátia de França)
04 Hoje tem futebol (Cátia de França)
05 Ludovina (Cátia de França)
06 Meu boi surubim (Citações de Guimarães Rosa, Cátia de França)
07 Estilhaços (Flávio Nascimento, Cátia de França)
08 Não marque as horas (Marconi Notaro, Cátia de França)
09 Ponta dos Seixas (Cátia de França)
10 Dança das lanças (Cátia de França)
11 Poço das Pedras (Cátia de França)
12 Não há guarda-chuva (João Cabral de Melo Neto, Cátia de França)






Cátia de França - Palavras ao Redor do Sol (1979)



Faixas:
01 - O Bonde (Cátia de França)
02 - Quem vai quem vem (Cátia de França)
03 - Vinte Palavras ao Redor do Sol (Cátia de França)
04 - Djaniras (Israel Semente/Cátia de França/Xangai)
05 - Kukukaya - Jogo da asa da bruxa (Cátia de França)
06 - Itabaiana (Cátia de França)
07 - Porto de Cabedelo (Cátia de França)
08 - Ensacado (Sérgio Natureza/Cátia de França)
09 - Coito das Araras (Cátia de França)
10 - Os Galos (Cátia de França)
11 - Sustenta a Pisada (Cátia de França)
12 - Eu vou Pegar o Metrô (Lourival Lemes/Cátia de França)


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A música de Cátia de França tem como uma de suas fontes a literatura, fazendo referências às obras de Guimarães Rosa, José Lins do Rego, Manuel de Barros e João Cabral de Melo Neto. Foi parceira de palco de Jackson do Pandeiro duranter a primeira versão do Projeto Pixinguinha em 1980. 

Em cerca de 40 anos de carreira, Cátia gravou três LPs: Vinte Palavras ao Redor do Sol, Estilhaços e Feliz Demais, e dois CDs: Avatar e Cátia de França canta Pedro Osmar, no qual ela demonstra a força criativa da música paraibana. No link que se segue disponibilizamos seu primeiro disco, o 20 Palavras ao Redor do Sol, com composições da cantora em parceria com Israel Semente, Lourival Lemes, Sérgio Natureza e Xangai. Fonte: Musica da Paraíba



15 de abril de 2013

Seu Pereira e Coletivo 401 - Seu Pereira e Coletivo 401 (2012)

Seu Pereira é só mais um dos muitos passageiros do Coletivo 401, ônibus real e metafórico que cruza a capital paraibana. Circula pelo centro lotado de gente apressada e sonhadora. A primeira aparição de Seu Pereira e Coletivo 401 foi em 11 de Abril de 2009 na cidade de Campina Grande, no extinto Bar & Arte. No entanto os quatro amigos já tocavam e trocavam ideias há mais de 8 anos, compartilhando outros projetos. Depois disso,  já se apresentou nos principais festivais da Cidade, a exemplo do Festival Mundo, Grito Rock e Estação Nordeste. Fonte: Hominis Canidae

Com diz o próprio grupo: Esse disco é uma pequena radiografia poética do cotidiano brasileiro. Recortes da vida de personagens reais, que moem suas angustias, desejos e dúvidas nos automóveis e coletivos lotados. É balanço, é freada brusca, é baião nervoso, 
é samba rock nordestino e funk Paraíba. É disco voador, pneu de ônibus, feito pra circular 
em asfalto, paralelepípedo, barro e lama preta. 
Canções que levam recortes de uma década, primeira década do século XXI, com os seus ataques cardíacos, ataques terroristas, consumismo, violência, silicone e poposudas.  

Seu Pereira e Coletivo 401,  o motor deu partida. O percurso é longo e engarrafado.


soundcloud.com/seupereiraecoletivo401

Myspace: http://www.myspace.com/seupereiraecoletivo401






14 de abril de 2013

Unidade Móvel - Em Tempo Real


Unidade Móvel

Perto de completar dez anos, o trio formado por Igor Ayres(voz - baixo), Marcos Rosa(guitarra) e Flávio Boy(bateria) vive um momento de bastante maturidade, onde tem surgido novas canções que virão a se tornar um novo disco.

Com influencias diversas dentro da música pop, unindo elementos básicos do rock'n'roll com diversos estilos como o funk e o reggae, a Unidade Movel faz um som coeso e com bastante pegada, de letras intrigantes e melodias que remetem ao rock brasileiro dentro de um contexto atual.

Na última década, a banda se apresentou nos principais festivais do estado da Paraíba como Fenart, Centro em Cena, PB POP, Estação Nordeste e outros fora do estado como ROCK'N'HALLS (PE) e FORCAOS (CE). Recebeu homenagem por sua apresentação no Projeto Seis e Meia quando abriu a noite para o cantor e compositor Paulinho Moska.

Com três demos lançados, a banda também está em três coletâneas lançadas pelo SESC de João Pessoa com os finalistas do festival "Todas as Tribos" (2004-2005-2006). Na edição de 2005 a banda foi vencedora com a música "Estranho no ninho", e teve também o prêmio de melhor intérprete para seu vocalista. A Unidade Móvel também está presente na coletânea Esquina Brasil, lançada numa parceria entre a Associação dos Produtores de Discos do Ceará com o Sebrae e também na coletânea Brasil More Than Samba que conta com vários artistas da Paraíba e é destinada ao mercado europeu. (Retirado do Site da Banda).








13 de abril de 2013

Totonho e os Cabra (2001)


Ainda que reivindique (justamente) sua individualidade no cenário da novíssima MPB, é difícil não associar de cara o trabalho do compositor Totonho à (r)evolução preconizada pelo manguebeat. Para ser mais correto, a música de Totonho leva adiante as idéias de Chico Science, com ênfase ainda maior na invencionice – e na vontade decontemporaneizar o sertão nordestino. Lançando mão generosamente da eletrônica, Totonho obtém um raro efeito de estranhamento no casamento da rusticidade de sua voz (aparentada à de Lenine) com os blips e blops sintetizados. É puro samba do paraíba doido, não raro desgovernado, mas que inevitavelmente impressiona pela vitalidade.

Totonho desossa a tradição nordestina e obtém resultados interessantes em várias faixas. Soa desconstruído e esparso em Segura a Cabra/Romualdo e Zé Resteu (Medley); lança mão de cavaquinho e beats sampleados, colados com a metaleira do Funk Como Le Gusta em Tudo Pra Ser Feliz (que também demonstra um bom letrista); e capricha no groove, filtrado com sutileza, o que cai bem em Musicacubana. Ao recuperar o canto galopante/falado dos repentistas, ataca de forró + eletrônica (Drum’n'bass na Feira) e electro-funk caatingueiro (Babaovomidi). E chega até – no momento mais radical – a misturar hardcore, techno e frevo em Zélimeiriana. Tudo isso fica, em vários momentos, à beira da indigestão. Mas o paraibano acerta ao optar pelo excesso (e não pela escassez) de idéias.

Em meio a tantas referências quase desconexas, Totonho também espanta pelo caminho inverso, o da simplicidade. Ele revela-se um melodista capaz de belas surpresas: Nhém Nhém Nhém, com arranjo mais ortodoxo, é um achado de balanço suave; assim como a lírica Glaciais, só teve a ganhar com sua instrumentação econômica e delicada. Há também espaço para a harmonia manhosa de A Vítima, onde mais uma vez é possível ouvir a influência de Lenine. (Marco Antonio Barbosa)

Faixas:

01 Cabra Pentium
02 Segura A Cabra
03 A Vítima
04 Tudo Pra Ser Feliz
05 A Rainha
06 Nhém Nhém Nhém
07 Glacias
08 Musicacubana
09 Drum & Bass Na Feira
10 Nhém Nhém Nhém ( Reprise )
11 Babaovomidi
12 Zelimeriana
13 Fax Para Cartomante
14 O Vaqueiro



4 de abril de 2013

Jaguaribe Carne - Instrumental (1993)



Gravado em 1993, Instrumental é o segundo registro do Jaguaribe Carne, o lendário projeto de Pedro Osmar e Paulo Ró criado no bairro de Jaguaribe em 1974. É possível que o grupo tenha sido a primeira banda completamente independente do país. E também eram muito mais do que uma banda. Um coletivo de guerrilha cultural, que surgiu para "estudar, difundir, praticar, experimentar, fazer intercâmbios e trocar idéias com artistas da cidade de João Pessoa e de todo o estado da Paraíba". 

É difícil, inútil e preguiçoso querer categorizar Jaguaribe Carne dentro de um estilo musical bem definido. Eles são o resultado de um conjunto gigantesco de influências do mundo inteiro, da música clássica ao caboclinho do sertão ao experimentalismo mais puro e mais livre. 

O experimentalismo do Instrumental começa antes de você dar o play: cada um dos mil discos da tiragem teve uma capa diferente feita por artistas plásticos profissionais e amadores, através de oficinas em várias cidades nordestinas. O disco é feito quase cem por cento de músicas instrumentais, é quase um manifesto de como a criatividade combate e derrota o virtuosismo estéril. Mas a faixa que abre o disco não é instrumental. A letra é simples: o povo não precisa de esmola / precisa de escola pra se educar / precisa de cultura para avançar / o povo precisa de armas pra trabalhar / precisa de justiça pra se afirmar. Isso é Jaguaribe Carne.

Faixas:

01 - Fome? Que Fome?
02 - Saltos
03 - Piratas de Jaguaribe
04 - Ritmo de Baião
05 - Nostalgia
06 - Liquidificador Industrial
07 - Ciranda
08 - Outro Tempo
09 - Sotaque de Pindaré
10 - Acho que vem alguma coisa por aí
11 - Entrevista (Pedro Osmar, Paulo Ró e amigos)


Jaguaribe Carne - Vem no Vento



A Discografia básica do grupo Jaguaribe Carne de Estudos se inicia em 1992 com o lançamento da fita cassete "As estrelas Cantam Pedro Osmar", seguida do LP Jaguaribe Carne-Instrumental (que teve mil capas diferentes feitas artesanalmente por diversos artistas nordestinos). A fase do CD se inicia com "Signagem", seguido de "Viola Caipira", "Novóide", "Piano Confeitado", "Jardim dos Animais", "Signagem-Canções" e o mais recente, "Vem no Vento". Texto retirado do antigo site do grupo.

JAGUARIBE CARNE: ANTROPOFAGIA PARAIBANA


Em 1974, ano em que Paêbirú foi lançado, os irmãos/músicos paraibanos Pedro Osmar e Paulo Ró invadiam o cenário cultural de João Pessoa com o grupo-manifesto Jaguaribe Carne.

Para enfrentar a ditadura militar, na Paraíba, o Jaguaribe Carne armou-se para uma verdadeira guerrilha cultural. A munição que tinham: anti-música & anti-arte.

Criminosos. Assim eram tachados, em meados de 70, os grupos com esses preceitos: "estudo, difusão, prática, experimento e intercâmbio cultural". Hoje, clichê de qualquer grupo auto-intitulado como "transgressor".

A foto do post sugere um estatus fora-da-lei, deveras original, ao Jaguaribe. Enquanto bandas do mainstream ou da "cena independente", às pencas, se esgoelam para tentar mimetizar tremiliques e malvadeza (out) do rock estrangeiro - outro empilhamento vencido de simulacros, por seu turno.

O Jaguaribe Carne tem importância grande, seja na Paraíba como nas diversas cidadezinhas nordestinas nas quais sua proposta de arte desconstrutora conseguiu chegar. Pensar o interior do Brasil, iconoclasticamente, fora dos grandes centros urbanos - não dá pra negar: é proposta das mais verdadeiramente atraentes. As metrópoles, indica o conturbado tédio reinante, se esvaziaram de tudo. Se esvairam. Especialmente das temáticas.

Muitos músicos estagiaram no grupo paraibano, como Chico César, que se uniu ao Jaguaribe (ou ao Carne) recém-chegado à capital, João Pessoa. César vinha de Catolé do Rocha. O som do Jaguaribe: ciranda, coco, maracatu, caboclinho e boi - em suas raízes. E o mundo, por outro lado: música oriental, africana, vanguardas européias, modernismo brasileiro, jazz.

No intervalo das filmagens de "Nas Parede da Pedra Encantada" (nome do documentário dirigido por mim e pelo Leonardo Bomfim, na fase de pré-edição), conversei com o mentor do Carne, Pedro Osmar.

O irmão, Paulo Ró, fez uma participação "punk-violeira" no filme. As locações paraibanas são absurdas de lindas para um doc sobre um álbum de rock mitológico como Paêbirú. Algumas locações são decrépitas - e iluminadas pelo vibrante sol sertanejo: "A decrepitude bela da Paraíba".

O Jaguaribe Carne virou um documentário, Jaguaribe Carne: Alimento da Guerrilha Cultural. Produção da Gasolina Filmes, da dupla Fabia Fuzeti e Marcelo Garcia.

Na edição de setembro da Rolling Stone, uma reportagem especial contará os fabulosos mistérios sobre Paêbirú - O Caminho da Montanha do Sol. Aventuras vividas pelo repórter entre Pernambuco e Paraíba. Numa banca pertinho da sua casa. Existe uma?


Na sua opinião, Paêbirú ajudou a desenvolver o cenário paraibano? Já que o disco é 'interestadual', na realidade.

Pedro Osmar - Paêbiru é um caso à parte na discografia nordestina, fruto do "entretenimento experimental" de músicos pernambucanos e paraibanos em suas buscas pessoais por saídas na fusão do rock com a cultura popular (Chico Science nem era nascido ainda...).

Pena que eles não tenham seguido essa linha de experimentação nos anos 80 em diante! Mas geraram a vanguarda da música nordestina a partir de Alceu Valença com a música-manifesto "Vou danado pra catende" (apresentada no festival Abertura, da Rede Globo, em 1975).

Certamente que Alceu não estava sozinho. Com ele estavam Lula Cortes, Zé Ramalho, Ivinho, Israel Semente...E isso gerou um liquidificador bem nervoso que vem rolando coisas até os dias de hoje, tal a força dessa energia criadora.

Como andavam as coisas por aí, por volta de 1975, ano de lançamento de Paêbirú?

Pedro Osmar - João Pessoa vivia o auge da vivência teórica e prática do tropicalismo nordestino, por meio das ações polêmicas de Carlos Aranha e seu grupo, Jomard Muniz de Brito, Celso Marconi, Raul Córdula, Chico Pereira, Unhandeija Lisboa e também Zé Ramalho, Jarbas Mariz, Babi, Paulo Paiva, Paulo batera...

Enfim, a galera pensadora e dos conjuntos de bailes, botando pra quebrar. Isso criava um certo clima de efervescencia entre os compositores como eu, que estavam engantinhando na música.

Mas era um tempo de muito embate estético, dos confrontos da bossa nova, da canção de protesto, da música regional, da jovem guarda, nos festivais de música. Algo bem vigoroso para todos. Praticamente a maioria das grandes obras dos compositores paraibanos vieram desse período.

O Jaguaribe Carne está em qual contexto desta história? E que nome esse! Explica:

Pedro Osmar - O grupo Jaguaribe Carne de Estudos surge no meio dos festivais de música dos anos 70, especificamente em 1974, num festival estudantil promovido pelo gremio do Liceu Paraibano.

Os festivais é quem ditavam a moda naquele tempo, era para onde tudo convergia. O Jaguaribe Carne pôde fazer a diferença com suas experimentações, com sua "arte querendo ser diferente dos outros"...

E conseguimos manter essa identidade até hoje, chegando a ser um grupo de arte multimídia com produção ímpar. O nome do grupo tem a ver com nossas inquietações pelo novo, pelos estudos autodidatas das linguagens experimentais e pela coragem.

Coragem de ousar ser diferente, ocupando o lugar de destaque nas idéias que circularam e circulam, até hoje, na cultura paraibana.